“Por quê?”, foi a pergunta feita pelo auxiliar de mecânica, Erick
John Moraes de Aviz, 18, antes de ser morto com, pelo menos, cinco
tiros, na Passagem Monte Sinai, bairro do Guamá, periferia de Belém, no
início da madrugada de quinta-feira (31). O jovem voltava da igreja
junto com a namorada, quando dois homens em uma motocicleta o seguiram a
fim de executá-lo. Familiares desconhecem qualquer envolvimento da
vítima com a criminalidade e acreditam que ele pode ter sido morto por
engano.
Segundo testemunhas, o casal foi abordado por dois homens que estavam
em uma moto. O criminoso, que estava sentado na garupa, desceu armado
com uma pistola de calibre 765 e munição 38, mandou o rapaz virar de
costas, encostando o rosto na parede, e disparou vários tiros na cabeça
até o jovem morrer.
O sargento PM Pedro, da viatura 9424, 3ª Companhia (CIA), da 5ª Área
Integrada de Segurança Pública (AISP), disse que foi informado da
situação por um morador da área.
“Nós estávamos indo para outra situação quando uma moradora nos
informou que um jovem estava morto aqui na passagem Monte Sinai. Mas o
local é uma ‘área vermelha’, as pessoas temem falar sobre o que
presenciaram”, disse.
Conforme apurações feitas pelo policial na cena do crime, a vítima já
foi envolvida com crimes. “Antes de trabalhar e entrar para a igreja, o
rapaz era envolvido com crimes, como assaltos na área. Pelas
características, não restam dúvidas que foi uma execução. Cabe agora à
Polícia Civil investigar o caso”, explicou.
FRIEZA
A namorada do jovem, que pediu para não
ser identificada, contou que estava com o rapaz há um mês e que, no
momento do crime, ele ia deixá-la em sua casa. Ela detalhou os momentos
de medo e terror que passou.
“Nós estávamos na igreja e ele já ia me deixar em casa quando uma
moto começou a nos seguir devagar, vindo bem atrás de nós dois. Os dois
homens estavam vestidos com roupas pretas, usando capacetes e não deu
para ver quem era. De repente, quando chegou bem aqui nesse trecho, o
que estava na garupa da moto, mandou o Erick colocar as mãos na cabeça e
encostar de frente para o muro”, disse.
Segundo ela, Erick não entendeu o motivo da abordagem. “Eles mandaram
eu me afastar e logo que ele encostou-se ao muro, ele virou o rosto e
falou: ‘por que eu?’. Nessa hora o homem atirou na testa dele. Ele caiu,
e o homem atirou mais quatro vezes na cabeça dele. Depois eles saíram
na moto como se nada tivesse acontecido”, concluiu.
Policiais da Divisão de Homicídios estiveram no local do crime,
levantando informações que pudessem apontar as circunstâncias dos fatos.
A perícia foi realizada pelos profissionais peritos do Centro de
Perícias Científicas “Renato Chaves”. Após levantamento de dados, o
corpo foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).
(Diário do Pará)
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